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segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Haight é proibido de ensinar e publicar

O teólogo jesuíta norte-americano Roger Haight, 72, notificado pela Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé em dezembro de 2004 e acusado no ano seguinte de causar graves danos aos fiéis, por causa do livro Jesus símbolo de Deus, recebeu ordens de Roma para parar de ensinar e publicar sobre assuntos teológicos.


As restrições foram comunicadas aos Sacerdotes Jesuítas em fins de 2008. Os debates e encaminhamentos envolveram o Vaticano, a liderança jesuíta em Roma e a província de Nova Iorque, onde o teólogo atua. José de Vera, porta-voz da Ordem, confirmou a decisão, mas sugeriu que a penalidade pode ser abrandadas.

Haight, ex-presidente da Sociedade Teológica Católica dos EUA e professor visitante no Union Theological Seminary, em Nova Iorque, uma tradicional casa de formação de teólogos fundada em 1836 como uma instituição presbiteriana e onde estudaram grandes nomes da teologia mundial, que hoje se descreve como multidenominacional.

A condenação do ex-Santo Ofício, responsável pelo controle confessional da teologia católica e que puniu 480 teólogas e teólogos durante o mandado do Cardeal Ratzinger, determinou que ele fosse proibido de ensinar teologia católica, até corrigir seus supostos desvios. Diante da decisão, Haight foi removido de uma posição na Escola de Teologia de Weston, dos jesuítas, em Cambridge, passando a ensinar no Union, mas a recente ação da Congregação para a Doutrina da Fé deixa claro que ele não deve ensinar em nenhum lugar.

A notificação original do Vaticano de 2005 não restringia a possibilidade de Haight publicar novos documentos mas, depois de Jesus, Símbolo de Deus, ele publicou diversos livros, entre os quais Christian Community in History, O futuro da cristologia e Dinâmica da teologia , nos quais reiterou consistentemente as visões que provocaram a censura inicial e fizeram parte das motivações para as novas restrições.

Para Haight, Jesus, Símbolo de Deus é uma tentativa de expressar as doutrinas tradicionais sobre Cristo e a salvação em uma linguagem apropriada à cultura pós-moderna. Em particular, o livro oferece uma leitura teológica positiva de religiões não-cristãs e figuras salvadoras. Para Roma, o livro coloca em perigo doutrinas tradicionais sobre assuntos como a divindade de Cristo, a Trindade, o valor salvífico da morte de Cristo na Cruz e a importância da igreja. A punição e a possibilidade de desaparecer das livrarias, cria-se uma expectativa e a procura imediata. Dizem alguns que o interesse mais amplo de Roma é a crítica à teologia do pluralismo religioso, no que se refere às várias tentativas de tratar as religiões não-cristãs como veículos legítimos de salvação em seu próprio direito.

Jesus, Símbolo de Deus gerou importante debate teológico, assumindo pressupostos e conclusões cristológicas consideradas fundamentais para o anúncio do evangelho na modernidade. Alguns analistas vêem a obra como uma abordagem cristológica estimulante e julgam a decisão romana como excessivamente punitiva. Também percebe-se resistências e dificuldades crescentes diante da submissão de teólogos a decisões estritamente apologéticas e pastorais. "Isso é difícil de nos convencer" disse um oficial jesuíta, justificado pelo argumento de que "não está claro qual o objetivo em fazer com que ele deixe a União, já que suas opiniões não representam mais a teologia católica oficial".

SZRD

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